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O Projeto do Grafite
Inicialmente, obtive contato com o Sr. Cláudio, dono de uma empresa próximo ao endereço do mural.
A ideia era revitalizar o espaço que outrora encontrava-se em estado de abandono, contendo muito lixo, entulhos, matos, etc…
Neste endereço, a rua é interrompida pela passagem da linha férrea da CPTM, portanto, sem saída para transito.
Ao visitar o local, notei se tratar de um muro amplo e com boa visibilidade pela sua posição, mas ainda não sabia qual tema usar para a arte.
Então, me atentei para o nome da rua, “Carijós”, fiz uma pesquisa e me surpreendi com a riqueza de informações e história que envolvia este nome.
Sou amante da cultura Indígena, me sensibilizo muito com o que aconteceu e acontece até hoje com este povo que é genuíno nessa terra.
Leia o artigo a seguir e adicione aos seus conhecimentos mais sobre os Carijós.
Início
Os carijós, também chamados cariós e cários,[1] eram os indígenas que ocupavam o território que ia de Cananeia, no atual estado de São Paulo, no Brasil, até a Lagoa dos Patos, no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
Por volta do século XVI. Vistos pelos primeiros povoadores portugueses como “o melhor gentio da costa”, foram receptivos à catequese cristã.
Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de origem europeia de São Vicente. Em 1554, participaram de um grande ataque indígena a São Paulo. Eram cerca de 100 000.[
História
Os litorais gaúcho e catarinense, ao tempo da descoberta europeia (século XVI), eram habitados pelos carijós, os quais se estendiam pelo interior, às margens da imensa Lagoa dos Patos.
Os carijós eram considerados, pelos colonizadores portugueses, índios dóceis, trabalhadores e bem-intencionados.
Eram aparentados aos índios guaranis, os quais efetuaram uma marcha migratória do Paraguai para o sul do litoral brasileiro, onde vieram a constituir as aldeias.
Tendo naufragado nas proximidades da Ilha de Santa Catarina um navio português, seus tripulantes atingiram a terra, então campeada pelos índios guaranis.
Entre os náufragos, estavam o português Henrique Montes, o castelhano Melchior Ramirez e o negro Francisco Pacheco, além de outros.
Como sucedeu a Caramuru e a João Ramalho, estes uniram-se às índias, adotando um novo regime de vida. Desta união, resultou o nascimento de mestiços, mamelucos e cafuzos, alterando o aspecto dos indígenas, que passaram a constituir uma nova cultura, denominada de carijó, o que significa “arrancado do branco”, ou seja, o mestiço. Daí vem o costume de chamarmos de carijós às galinhas de coloração preto e branco.[carece de fontes]
Juan de Ayolas, na conquista do Paraguai, encontrou-se com os carijós à margem de um rio que deságua vinte quilômetros acima da foz do ramo principal do rio Pilcomayo, onde os ameríndios em questão possuíam uma aldeia cercada por uma paliçada dupla e guarnecida de “bocas de lobo” (escavações com estrepes no fundo).
Os espanhóis, acossados pela fome, marcharam resolutamente para a vitória. Os índios, ao ouvirem os primeiros estampidos das armas de fogo, fugiram em corrida, caindo muitos nas próprias esparrelas que haviam armado aos invasores.
Depois de ocupar a aldeia, Ayolas deu-lhe o nome de Assunção, em homenagem à assunção de Nossa Senhora.
Os carijós estavam virtualmente extintos em meados do século XVIII, vítimas da escravização nas plantações de cana-de-açúcar da Baixada Santista.[3]
Etimologia
“Carijó” é oriundo do termo tupi karai-yo, que significa “descendentes dos anciões”,[3] ou então é oriundo do tupi antigo kariîó.[4]
Costumes
Os carijós construíam suas casas cobrindo-as com cascas de árvores e fabricavam redes e agasalhos com o algodão que cultivavam, forrando-os com peles e ataviando-os com plumas e penas. Acostumaram-se a ajudar todos os navios que lhe solicitassem auxílio, até que um dia, traídos na sua boa fé, acabaram considerando os brancos inimigos.
Mantinham grande quantidade de aves em suas aldeias: por este motivo, eram chamados pelos europeus de “índios Patos”.[3]
Na arte de cura, os carijós estavam bem adiante dos demais nativos. O remédio principal era uma ventosa aplicada pelos lábios do pajé.
Para enfeitiçar um semelhante, costumavam amarrar um sapo em uma árvore. À medida que o animal fenecia, a pessoa enfeitiçada deveria também fenecer até morrer. Se desejavam cegar alguém, enterravam-lhe, debaixo da rede, um ovo. Descoberta a mandinga, os objetos que haviam servido para a mesma deviam ser arremessados ao rio.[carece de fontes]
Grande era o número dos que tinham parentesco com um ser superior que chamavam de caraibebe, que os jesuítas traduziram por “anjos”. Gozavam de vida avantajada esses que, manhosamente, se inculcavam ministros dos “anjos”. Recebiam os melhores frutos da terra e as mais cobiçadas caças que fossem abatidas pelas cercanias.
Quando um guerreiro partia para a guerra, era honrado com um sopro do caraibebe para que não morresse em combate. Entretanto, se algum caía morto em luta, havia a desculpa de que o infeliz, por seus pecados, não se tornara digno da bênção do pajé. Deste modo, esses pajés se tornaram infalíveis, com prestígio inabalável entre os seus seguidores.[carece de fontes]
Influência
A palavra “carijó” é usada, hoje em dia, para se referir a galinhas malhadas nas cores preta e branca. É usada como nome de clubes, rádios, ruas e reservas ambientais espalhados pelo Brasil.
É nome de bairro nas cidades de Conselheiro Lafaiete e Cataguases, ambas em Minas Gerais, no Brasil. Dela, teria se originado a palavra carioca (gentílico do Rio de Janeiro, no Brasil), a partir da junção da palavra tupi kariîó (que significa carijó) com a palavra tupi oka (que significa casa), significando, portanto, “casa de carijós”.[5]
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 353.
- ↑ BUENO, E. Brasil: uma história. Segunda edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 18-19.
- ↑ Ir para:a b c BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 58.
- ↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 222.
- ↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 555.
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